terça-feira, abril 11, 2006

Fumo

Longe de ti são ermos os caminhos,
Longe de ti não há luar nem rosas,
Longe de ti há noites silenciosas,
Há dias sem calor, beirais sem ninhos!

Meus olhos são dois velhos pobrezinhos
Perdidos pelas noites invernosas...
Abertos, sonham mãos cariciosas,
Tuas mãos doces, plenas de carinhos!

Os dias são Outonos: choram... choram...
Há crisântemos roxos que descoram...
Há murmúrios dolentes de segredos...

Invoco o nosso sonho! Estendo os braços!
E ele é, ó meu Amor, pelos espaços,
Fumo leve que foge entre os meus dedos!...


Florbela Espanca

Acho que nada mais é necessário ser dito.
Repito que quando eu começava a achar que o mundo estava perdido, veio você e mudou tudo.

4 comentários:

Luiza D'Avila disse...

Bê, esse é o menino que eu mais quero encontrar todos os dias que vou pra aula!
lindo, te adoro.

"fumo' é lindo!

Anônimo disse...

Assim que eu descobrir como linka, o seu estará lá tb! Hihihihi
Seu fotolog não tem lugar pra comentar, então peço aqui mesmo: mata eu nããããããão! (hihihihihihi)
Beijinho

Filipe Ferreira disse...

Quando eu abri o blog e vi que era um soneto, eu quase que comecei a escandi-lo para contar as sílabas poéticas.
Não que contar sílabas poéticas sirva para alguma coisa fora da Teoria Literária, mas serviria para eu saber quantas horas você tinha passado debruçado escrevendo o poema.
Bom, só que aí vi que é da Florbela e não seu. Particularmente, eu não gosto muito dela, mas achei "fumo" um belo poema.
E quanto a alguém q vem e muda tudo, nem me fale... Mudou tanto que estou até com vontade de comer pavê por sua culpa.

Anônimo disse...

Florbela é simplesmente perfeita..
Das poetizas mais deprês que conheço...

Sim...minha favorita...

^^

Amote.

=**